Sheila Bello: Aumentam os casos de violência contra as mulheres, crianças e idosos na Pandemia

 Sheila Bello: Aumentam os casos de violência contra as mulheres, crianças e idosos na Pandemia

Durante o processo de isolamento social, onde foi recomendado pela Organização Mundial da Saúde – OMS que os cidadãos fiquem em casa, a fim de conter a pandemia do COVID-19, foi constatado um aumento relevante nos casos de violência contra mulheres, crianças e idosos. Isso ocorre, pois, na maioria dos casos o agressor é alguém próximo, que faz parte da família e está dentro da própria casa.

Dados apresentados pela Defensoria Pública do estado da Bahia (DPE-BA) registram queda de 90% das denúncias durante a pandemia. Como explicar o fato do aumento de agressões que vão de encontro com a redução das denúncias?

Acontece que as vítimas estão dentro de casa com seus agressores, não tem como fazer ligações, são ameaçadas e vigiadas constantemente, o medo de morrer ou até mesmo fazer alguém de sua família sofrer se torna maior, fazendo com que a denúncia formal não aconteça.

A nível mundial, o aumento da violência é também muito notável: na China os casos triplicaram e na França o governo decidiu pagar quartos de hotéis para as vítimas, como medidas protetivas. No Brasil o governo também está fazendo sua parte: foi lançado um aplicativo que está disponível para Android e iOS para ajudar vítimas de violência doméstica a denunciar seus agressores com mais privacidade do que em um atendimento por telefone. Nesse período que estamos enfrentando, ferramentas de denúncias via telefone ou internet atuam de modo muito eficaz.

A atual Ministra da Mulher, Damares, responsável pela pasta da Família e Direitos humanos, divulgou dados do ligue 180 que revelam um aumento de 9% no total de ligações na quarentena. A média diária entre os dias 1º e 16 de março foram de 3.045 ligações e 829 denúncias, ante 3.303 telefonemas e 978 denúncias entre os dias 17 e 25. Apesar de especialistas afirmarem que se trata de um período ainda curto, os dados apresentados servem de alerta. Além disso, os serviços do disque 100 se estenderão, para violências contra mulher, denúncias contra abuso e exploração sexual, violência contra pessoa com deficiência, crianças e, também, para grupos marginalizados e vulneráveis como a população LGBTQI+.

No Rio de Janeiro já existe uma plataforma onde é possível fazer a denúncia online, naquele estado houve um crescimento de 50% dos casos nas últimas semanas. Aqui na Bahia, a Defensoria Pública passou a atender por telefone todo o estado através dos números 129 ou 0800 071 3121. Nesses canais, a vítima pode fazer a denúncia de forma discreta e sigilosa. Há ainda o site e o aplicativo da Defensoria além do atendimento psicossocial na fanpage do Facebook.

É extremamente importante que a sociedade passe a denunciar ao presenciar alguma violência, discussão, brigas ou até mesmo a simples suspeita de violação de algum direito. Como já mencionado, diante do fato de que muitas vítimas não têm força e coragem, as denúncias realizadas por terceiros, são feitas de forma anônima. O pedido de socorro aos amigos, vizinhos ou parentes é totalmente indicado e necessário. Para tanto, precisamos ficar muito atentos aos sinais.

Então, exerça a empatia. Ajude o próximo. Lembre-se: você pode estar salvando uma vida!

Sheila Bello é estudante de Psicologia no Centro Universitário do Rio São Francisco. Atual em projetos sociais na área do combate a violência e exploração de crianças desde 2012.

Por Sheila Bello (Estudante de Psicologia)

Fontes: Correio 24 horas; Carta Capital; Bahia no Ar e Olhar Digital

 

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