Prefeitura suspende atividades, em decorrência da infecção de servidores pela covid-19
Sepultamento de dona Canô Velloso será nesta quarta-feira

Será sepultado às 10h, no Cemitério da Purificação, em Santo Amaro (a 71 km de Salvador), o corpo da matriarca da família Velloso, Claudionor Viana Teles Velloso, mais conhecida como dona Canô. Uma hora antes do funeral, as últimas homenagens a dona Canô serão prestadas em uma missa de corpo presente, na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Purificação, no centro da cidade.
Dona Canô morreu em casa, aos 105 anos, por volta das 8h30 desta terça-feira, 25, vítima de parada cardíaca por insuficiência respiratória, segundo informou a neta Ju Velloso. A morte ocorreu dez dias após ser internada no Hospital São Rafael, em Salvador, por uma isquemia cerebral, doença que afeta o fluxo sanguíneo para o cérebro. Na última sexta-feira, 21, dona Canô recebeu alta, e pediu que a família a levasse para casa. Ainda solicitou um vestido branco e novo, dando sinais de lucidez.
Mobilização – Durante todo o dia de ontem, o corpo de dona Canô foi velado na casa número 179, na Rua Viana Bandeira, em uma cerimônia reservada à família e amigos mais íntimos. Todos os sete filhos da matriarca – Clara, Roberto, Caetano, Rodrigo, Bethânia, Mabel e Irene -, além dos netos, passaram o dia sendo confortados pelos visitantes.
“O sonho dela era ser enterrada aqui. E isso só foi possível graças ao quadro de melhora que ela teve no hospital”, contou uma das filhas adotivas, Irene Velloso. Muito emocionada, Mabel Velloso aproveitou para agradecer pelas orações direcionadas à família, enquanto a mãe esteve enferma. “O povo teve uma bondade e solidariedade conosco sem tamanho, nesses dias todos em que ela esteve lutando”, afirmou Mabel. Os filhos mais famosos de dona Canô, os cantores Caetano e Maria Bethânia não falaram com a imprensa.
Políticos – O governador Jaques Wagner, a primeira-dama Fátima Mendonça, o secretário da Casa Civil, Rui Costa, e o prefeito de Santo Amaro, Ricardo Machado, estiveram presentes. “Não por ser mãe de Caetano e Bethânia, ela se tornou uma unanimidade baiana pelo carisma e personalidade própria”, afirmou Wagner. O governador, que decretou luto oficial de três dias, chegou à cidade por volta das 15h30 e passou cerca de 40 minutos com a família.
Velório – Por volta das 18h, o caixão com o corpo de dona Canô foi carregado pelos filhos até o carro fúnebre, que seguiu para o velório público na Galeria de Arte Caetano Veloso. Na saída de casa, uma multidão acompanhou o cortejo, seguido com palmas pela população santamarense. Amiga de dona Canô, a aposentada Ione Ferreira, 78, lembra que teve o privilégio de ter a matriarca como madrinha de casamento.
“Era uma pessoa muito simples, que não tinha distinção com ninguém e, com certeza, deixará saudades”, emocionou-se a idosa. O professor Jorge Portugal, filho da terra, teve o filho Caetano batizado por dona Canô, quando ela tinha 80 anos. “Na sexta, quando a visitei no hospital, ela disse: sua comadre está indo para o céu”, lembrou o docente, no último diálogo com dona Canô. Do Portal A Tarde