9 de junho de 2025 10:53

Dilema (ou entraves) na comunicação em Paulo Afonso…

Redação PA Notícias

Professor Antônio Galdino – Por que alguns governos prestigiam apenas alguns veículos de comunicação e deixam que outros morram por inanição, falta de alimento financeiro para pagar todas as suas contas, inclusive os muitos impostos municipais, estaduais e federais?

Com esse pensamento, fiz uma viagem ao passado em Paulo Afonso.

No tempo do governo militar, criaram-se regras de controle da radiodifusão no país. Em Paulo Afonso, a comunicação era feita pelos Serviços de Alto-Falantes Miramar, de Salvino, e A Voz do Povo, de Gilberto Leal. Começaram a aparecer os carros de som, anunciando o que se poderia encontrar nas lojas da Rua da Frente (Av. Getúlio Vargas) às mortes e missas de 7º dia, um mês, um ano, com a voz empostada do locutor e uma música fúnebre de fundo…

E, naturalmente, havia censura forte. Lembro que uma vez o Serviço de Alto Falantes A Voz do Povo, de Gilberto Leal, instalado na sala de projeção do Cine São Francisco, estava tocando algumas músicas aos cuidados de um ajudante de Gilberto Leal que precisou ir a uma loja ali perto. O ajudante colocou para tocar um disco pequeno, de apenas duas faixas de cada lado, e se distraiu. Terminou a primeira faixa, entrou a segunda: “Caminhando e cantando e seguindo a canção / Somos todos iguais, braços dados ou não”. A música Pra não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré, censurada pelo governo militar, invadiu as ruas de Paulo Afonso. Quando Gilberto Leal ouviu, saiu em disparada na direção do seu estúdio… O Exército chegou primeiro e apreendeu o disco…

Fico pensando por que tantos jornais e revistas já existiram em Paulo Afonso e não sobreviveram?

“Como será o amanhã?
Responda quem puder
O que irá me acontecer?
O meu destino será
Como Deus quiser…”

Por Antônio Galdino

Da Redação PANoticias.com.br

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